Entre janeiro e abril de 2025, os consumidores enfrentaram um aumento expressivo nos gastos com alimentação. Ao comprar em padarias, as compras ficaram 44,39% mais caras no período, conforme levantamento da ValeCard. Os supermercados também registraram alta nos preços, embora em um ritmo bem menor, de 1,20%, assim como os sacolões e hortifrutis (1,98%).

Já outros estabelecimentos, como açougues, comércios atacadistas, lanchonetes, mercearias, minimercados e restaurantes apresentaram queda nos valores pagos. Destes, os restaurantes tiveram maior redução, com 30,41% no valor do cupom médio; lanchonetes (-13,05%), comércio atacadista (-11,83%), mercearias (-11,69%), açougues (-7,87%) e os minimercados (-0,96%) completam o ranking.

A pesquisa da ValeCard, empresa especializada em meios de pagamento e benefícios corporativos, apontou que o café foi o principal vilão dessa escalada de preços nas padarias. Os fatores climáticos adversos, como geadas e ondas de calor, reduziram a oferta global do produto e, junto ao aumento do consumo, puxaram o preço do café para cima.

A variação entre padarias, supermercados e entre outros estabelecimentos reflete uma busca crescente por alternativas mais econômicas. A redução no consumo em restaurantes, por exemplo, pode indicar que as pessoas estão preferindo preparar refeições em casa ou optar por estabelecimentos com preços mais acessíveis.

Além disso, a pesquisa revela importantes diferenças regionais nos preços praticados em diversos setores. No comércio de açougues, Sergipe apresentou a maior queda nos preços (-52,97%), o Estado do Espírito Santo teve o maior crescimento no serviço de açougue, com um aumento de 154,64%. Em seguida vêm Goiás (34,50%), Distrito Federal (20,74%), São Paulo (18,44%), Minas Gerais (11,74%) e Piauí (8,79%). Já o Pará e Tocantins mantiveram estabilidade, com variação zero nesse período.

No comércio atacadista, o Espírito Santo registrou a menor variação de preços nos quatro primeiros meses deste ano, com uma queda significativa de 69,28%, seguidos pelo Rio Grande do Sul (-58,09%), Paraná (-47,96%) e Alagoas (-40,31%). Também apresentaram quedas significativas Mato Grosso do Sul (-29,79%) e Maranhão (-21,87%).

Em contraste, o Acre apresentou a maior variação, com alta de 75,01% no mesmo período. Outros estados também mostraram variações expressivas, como Mato Grosso, que teve aumento de 44,47%, Rondônia, com 25,99%, e Pernambuco, com 22,24%. Dos 23 Estados neste quesito, 13 variaram em alta e 10 com redução; o Pará apresentou um aumento moderado de 4,02%.

No setor de supermercados, Roraima tem queda de 79,60%, seguidos pelo Amapá (-59,38%), Rondônia (-41,04%), Santa Catarina (-33,52%) e Espírito Santo (-25,09%). As maiores altas foram observadas em Alagoas ( 86,73%), seguidos pelo Maranhão (79,82%), Mato Grosso do Sul (78,17%), Paraná (55,73%) e Piauí (47,95%), indicando que, enquanto algumas regiões tiveram recuo, outras enfrentaram aumentos expressivos. Mato Grosso (40,17%), Rio Grande do Sul (39,80%), Acre (38,49%), Pará (26,20%) e Pernambuco (24,98%) compõem o ranking dos 10 aumentos.